Amamentação negra, Estatuto da Juventude e MC Marcinho
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Olá, pessoal!
Como esta é a terceira Mural Inbox que assino, acho que já está na hora de deixar de lado a timidez e me apresentar: sou Sarah Fernandes, editora aqui na Agência Mural, desde o início de julho, e cria da Vila Palmares - um bairro da periferia de Santo André, cuja história é contada por migrantes, greves metalúrgicas e uma intensa luta pelo direito à moradia.
Mas antes disso, é um bairro formado por pessoas: dona Conceição e seu Dito, que me ensinaram a gostar de plantas; seu Idelcio, marceneiro que fez minha primeira mesa de estudos; o Tita, dono do bar em frente de casa que vendia chocolates fiados e nunca mandava a conta; ou o Padre Rubens, que me propôs um novo olhar sobre o que é comunidade.
É por isso que, por mais que torcessem o nariz quando eu dava meu endereço, sempre senti orgulho de ser da Vila Palmares, o lugar que me ensinou a ouvir a história das pessoas. E é um pouco desse ouvido curioso que eu trago aqui, no desafio de selecionar conteúdos sobre um ambiente tão vivo como as periferias de São Paulo.
E como desafio pouco é bobagem, já cheguei aceitando mais um: retomar os vídeos da série Pega a Visão, em que a gente explica tim-tim por tim-tim os assuntos que estão dando o que falar nas quebradas. Corre lá para conferir — e para ver quem está por trás dessa news. E bora pra mais novidades?
Amamentação negra
Que a amamentação é uma das melhores maneiras de promover saúde para mãe e bebê, isso já é consenso entre especialistas, mas a Agência Mural te pergunta: quem realmente tem direito de amamentar?
Pois é, neste assunto a régua da desigualdade também deixa sua marca. Em geral, mulheres e crianças brancas são as que mais têm garantido o direito de amamentar, enquanto as mulheres negras são as que encontram mais dificuldades em seguir oferecendo leite materno para os bebês. E nas periferias os desafios são ainda maiores.
O que querem os jovens das periferias?
Foi com essa pergunta na ponta da língua que nossa equipe de reportagem percorreu as quebradas de São Paulo para conversar com os jovens sobre o que eles sonham e precisam nessa etapa tão particular da vida. A boa notícia é que muitas das prioridades já estão previstas no Estatuto da Juventude, marco legal do país que comemorou seus primeiros 10 anos em vigor.
“A gente precisa de políticas de Estado em que o jovem, de hoje e das próximas gerações, saiba que esses compromissos foram assumidos pelo poder público para eles”
Wesla de Souza Monteiro, coordenadora executiva da organização Juventudes do Agora
'Mc Marcinho abriu portas'
Eterno príncipe do funk, Márcio André Nepomuceno Garcia, o MC Marcinho, faleceu no dia 26 de agosto, aos 45 anos. Ele deixou como legado a valorização das quebradas, o orgulho da nossa produção artística e, em especial, as portas abertas para os novos MCs brilharem na caminhada. Marcinho, presente!
“Pra mim, o que fica de importante é ele ter aberto as portas com muita luta para que os artistas jovens de hoje estivessem em melhores condições de trabalho, cachê e reconhecimento”
MC Soffia, 19
Ciência na quebrada
Responda rápido: o que a biologia tem a ver com o ônibus que passa todo dia na sua rua? E com o preparo do almoço? E com o rolê do final de semana? Tudo, segundo o professor Renan Farias Soares, 38. Desde 2012, ele leciona a disciplina para os alunos da Escola Técnica Estadual (Etec) Paulistano, na zona norte da capital paulista.
E para ampliar oportunidades aos alunos das escolas públicas ele criou, em 2020, O Fantástico Mundo da Biologia, um canal nas redes sociais que mescla entretenimento com conhecimento científico.
Dia do sexo
Já foi para um date e depois percebeu que valeria mais ter ficado em casa? Pois é. Às vezes o vibrador ou outro brinquedinho acaba sendo uma companhia melhor. As sex shops vendem uma série de itens que podem dar um gás no prazer. Então, se liga nestas dicas imperdíveis nas quebradas de São Paulo.
POD ou não pode?
Spoiler: Não.
Entenda por que os cigarros eletrônicos são proibidos no Brasil — e por que eles são tão problemáticos quando o assunto é saúde.
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Acadêmicos, eles! Pois é, a Agência Mural foi tema de mais uma pesquisa, desta vez do trabalho de conclusão de curso da Universidade Federal de Uberlândia intitulado “A representação dos moradores das periferias pelo jornalismo periférico: análise cultural das publicações da Agência Mural no contexto da Folha de S.Paulo”, produzido por Ana Luiza Pereira Costa.
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e a agência de dados Fiquem Sabendo iniciaram um novo programa de oficinas on-line e gratuitas. O objetivo é ajudar comunicadores e jornalistas que trabalham em iniciativas hiperlocais a fazer apurações com dados obtidos pela Lei de Acesso à Informação. As inscrições vão até o próximo dia 24 e têm como foco jornalistas e comunicadores locais.
Obrigado por chegar até aqui!
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Obrigado a todos e todas.
Edição: Sarah Fernandes
Contato: sarahfernandes@agenciamural.org.br
Saiba mais em: www.agenciamural.org.br
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