Aniversário da Mural, queda de energia nas quebradas e Consciência Negra
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Oi, pessoal!
A Agência Mural está perto de completar 13 anos. São mais de 4 mil dias dedicados ao jornalismo local de qualidade e à representatividade das quebradas na mídia. Uma trajetória cheia de desafios, mas que nos enche de orgulho.
E se aniversário é quase um sinônimo de festa, é claro que o convidado de honra é você, leitor e leitora, que faz a Mural ganhar o mundo dia a dia. Então, te convido a ficar de olho nas nossas redes e no nosso site, porque tem muita coisa boa vindo aí para comemorar e para você ficar ainda mais pertinho da gente.
Enquanto estamos organizando tudo por aqui, venha acompanhar os destaques da última quinzena na nossa Mural Inbox, que vão dos efeitos dos dias de apagão nas periferias até a celebração da resistência do povo negro neste próximo 20 de novembro.
Vamos nessa?
Periferia no escuro
A falta de infraestrutura urbana deixou os moradores da periferia de São Paulo sem energia por até seis dias, após uma tempestade em 3 de novembro. Longe das manchetes dos jornais sobre o apagão, as famílias das quebradas contabilizam prejuízos que vão de alimentos estragados até equipamentos eletrônicos queimados. No Jardim Souza, na zona sul da capital paulista, moradores fecharam vias em protesto, após seis dias sem luz.
“A gente paga por um serviço e não paga barato. Parece que a gente está pedindo um favor e não é”
Vendedor Bruno Mattos, 34, morador do Capão Redondo atingido pela queda de energia
Saúde mental em tempos de vestibular
Foi dada a largada para os vestibulares e processos seletivos do ensino superior mais concorridos do país, entre eles as provas da USP, da Unicamp, da Unesp e das Fatecs. Nesse período, a ansiedade pode se fazer presente na rotina daqueles que enfrentarão as avaliações. Por isso, selecionamos algumas dicas para que os estudantes possam passar por esse período da forma mais tranquila possível.
Aproveite e tire dúvidas sobre o Provão Paulista, novo modo de ingresso ao ensino técnico e superior de São Paulo.
‘25 anos sem asfalto’
A cineasta Fabí Andrade, 34, cresceu no bairro Vargem Grande, em Parelheiros, extremo sul da capital paulista. Após se formar, ela gravou o curta “25 anos sem Asfalto”, que destaca as dificuldades locais, conferindo protagonismo à própria comunidade. “Quando a periferia é resumida pela violência, se esvazia toda a vida dela. Quem vive ali consegue ver coisas que quem é de fora nunca vai conseguir ver”, defende.
Mudanças na maior favela de São Paulo
Quando Israel Jesus da Silva, 45, chegou a Heliópolis aos oito anos, suas lembranças remetiam a uma vida complicada. “Tinha rua sem asfalto, esgoto a céu aberto. Onde eu morava, no fundo da casa, passava um córrego”, relembra. Mais de 30 anos depois, ele ainda testemunha muitos problemas, mas agora também vê o desenvolvimento de outra favela. Nesse período, algumas favelas da capital paulista se transformaram em bairros gigantes, habitados por pessoas que, ao longo das décadas, buscam transformar essas realidades.
Consciência Negra
Apesar de a luta pelo combate ao racismo ser uma demanda urgente, que mobiliza o movimento negro - e deveria mobilizar toda sociedade -, ainda há um logo caminho a percorrer quando se trata de garantia de direitos das pessoas pretas nas quebradas de São Paulo. Mesmo diante desses desafios, elas estão cada vez mais conquistando posições que, anteriormente, eram ocupadas apenas por pessoas brancas.
Um deles Bruno Gonçalves, 30, CEO da Maloka Games, uma empresa que produz jogos de cartas e tabuleiros para valorizar a identidade negra. Em pouco mais de um ano, o grupo já lançou 60 jogos, alavancou seu faturamento e vem atraindo a atenção de empresas internacionais do setor.
E para marcar essa data tão importante, separamos dicas de rolês imperdíveis no 20 de novembro de São Paulo. Confira:
Nas bordas do Tietê
Em março, a Marginal do Una foi tomada pelo rio Tietê, deixando vários carros ilhados à espera da liberação do trecho localizado em Suzano, na Grande São Paulo. Os moradores temem que essa situação se agrave e que casos do tipo se repitam, devido a uma obra em uma área de proteção ambiental na região. Entenda o problema em reportagem especial.
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A Conferência Brasileira de Jornalismo de Dados e Métodos Digitais (Coda.Br) ocorre em São Paulo entre 18 e 19 de novembro, com participação garantida da Agência Mural, que junto a especialistas brasileiros e estrangeiros vai integrar discussões sobre automações no jornalismo, inteligência artificial, gênero, raça, desigualdade, justiça climática e direitos humanos. Os ingressos podem ser adquiridos no site da Escola de Dados.
A Agência Mural completa 13 anos e, para comemorar, promove um encontro com jornalistas, produtores de conteúdo, estudantes e pesquisadores para falar sobre a importância do jornalismo local nas periferias. Entre os convidados estão Cíntia Gomes, da Mural, Gabrielle Guido e Rosana Silva, do Entre Becos, Thiago Borges, da Periferia em Movimento, e Caê Vasconcelos, da Transmídia. O evento é gratuito e ocorre no próximo dia 25, no Museu das Favelas, no centro de São Paulo. Inscreva-se aqui.
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A Agência Mural tem como missão minimizar lacunas de informação e contribuir para a quebra de preconceitos sobre as periferias. Participe da Tijolo por Tijolo e ajude a construir nosso jornalismo.
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Edição: Sarah Fernandes
Contato: sarahfernandes@agenciamural.org.br
Saiba mais em: www.agenciamural.org.br
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