Baile de Favela, navegação à vela na Represa Billings e carnaval periférico
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Oi, pessoal!
Como foi o carnaval por aí? Você foi do time “carnafolia” ou “carnadescanso”? Independentemente da escolha, o que a gente garante é que quem esteve a fim de brincar a festa encontrou diversas opções de blocos e cordões nas quebradas de São Paulo, de norte a sul. E a novidade é que cada vez mais os foliões das periferias escolheram pular carnaval perto de casa.
Mas por que se os blocos do centro atraem até grandes nomes da música nacional? Foi essa a pergunta que a Agência Mural fez para os foliões, além de reunir uma série de conteúdos sobre a festa mais popular do país da ponte pra cá.
Também fomos velejar na Represa Billings, conhecer o Baile do Helipa – rolê que já é uma marca registrada de Heliópolis –, e também saber como estudantes de escolas públicas vivenciaram o Novo Ensino Médio desde sua implantação.
Mas antes de mergulharmos nesses temas, eu novamente passo a palavra para minha colega de Mural, Fran Carneiro, que vem pra cá com a segunda parte da discussão sobre jornalismo periférico, um papo importante demais pra não compartilhar com vocês.
Quem te conta o que acontece na sua quebrada?
A nossa missão na Agência Mural é levar até você tudo aquilo que acontece nas periferias de São Paulo sem cair no estereótipo entregue pela grande mídia. Mostrando a juventude periférica como protagonista da sua própria história, cobrimos 36 distritos e 17 cidades da região metropolitana de São Paulo.
Mas, para chegar nesses números precisamos dar um passo para trás e perguntar: afinal de contas, quem te conta sobre o seu bairro?
Para responder e não deixar lacunas criamos o Programa de Correspondentes Locais da Agência Mural.
Investimos na formação de jovens jornalistas nas mais diversas frentes, como cobertura local, racismo ambiental, distribuição de notícias, visualização de dados, educação, escrita criativa e em habilidades como texto, vídeo, fotografia, áudio, redes sociais e design. Assim conseguimos formar uma rede consistente e consciente de comunicadores capacitados e especializados em cobertura local.
Hoje, somamos mais de 60 correspondentes distribuídos pelas periferias e Grande São Paulo, com seus trabalhos remunerados e reconhecidos no mercado.
No entanto, para que nossa rede siga se fortalecendo, o seu apoio continua sendo importante: é com a sua colaboração financeira que podemos desenvolver, anualmente, o Programa de Correspondentes Locais.
Com ela, podemos oferecer treinamentos de qualidade, impulsionar carreiras e até celebrar o Prêmio Mural, parabenizando a melhor reportagem de 2023 e destacando menções honrosas, além de ouvir de cada jornalista como as matérias mais votadas foram produzidas.
Assim como nas quebradas a gente se reúne para ajudar os vizinhos a levantarem suas casas, tijolo por tijolo, por aqui a gente acredita na potência da nossa comunicação: é por isso que a gente aposta na construção de um jornalismo independente, periférico, diverso e em comunidade.
Sua colaboração na Tijolo por Tijolo, nossa campanha de apoio financeiro, ou comprando produtos da Lojinha da Mural te transforma em parte importante dessa rede.
Vamos construir juntos?
Te vejo na próxima edição,
Franciellen Carneiro
Audiência e Engajamento
apoie@agenciamural.org.br
Carnaval nas quebradas
Apesar da agitação dos grandes blocos no centro de São Paulo, cada vez mais foliões das periferias preferem pular carnaval nas suas quebradas. Mas por quê? Foi essa a pergunta que a Agência Mural fez pros fãs de carnaval.
“É difícil ter esse acesso dentro das quebradas. Muitas vezes a gente precisa se deslocar até o centro para ter esse divertimento. Quando estamos aqui vemos na rua os idosos e a garotada que sai do trampo e vem curtir um lazer”, diz o educador social Jefferson Almeida, 30, que é mestre de bateria no Bloco do Hercu, no Jardim Herculano, zona sul de São Paulo.
Aproveita e confere algumas imagens lindas do carnaval de rua em São Paulo!
Mãe e passista
Lia Moura, 26, é professora de educação infantil, mãe do Noah de 3 anos, uber e influencer nas horas vagas. Mas, apesar de todas essas obrigações, sua paixão sempre foi o carnaval. “É onde eu me sinto bem e à vontade para ser quem sou”, declara. Hoje, ela representa o Grajaú, distrito da zona sul de São Paulo, pela escola de samba Estrela do Terceiro Milênio – que atualmente está no grupo de acesso 1. Ela conta como organiza todas essas atividades para brilhar no carnaval.
Baile de Favela
São 2h30 da manhã. Entre motos que sobem e descem, um grupo de aproximadamente 20 pessoas caminha em direção aos mais de dez paredões que se estendem por cerca de 1 km entre ruas, travessas e vielas, no famoso ‘Baile do Helipa’, localizado em Heliópolis, a maior favela da cidade de São Paulo. A Agência Mural mostra como o movimento nasceu, cresceu e se tornou uma das marcas do bairro, e aborda como o baile é visto pela comunidade, dividida entre o aquecimento da economia e as reclamações sobre o barulho.
Novo Ensino Médio
Ninguém sabia o que estava acontecendo, ninguém sabia o que ia mudar e ninguém sabia como isso ia afetar a gente”, conta Izabelly de Jesus Almeida, 18, sobre como foi o período em que fez o Novo Ensino Médio na escola estadual Professor Moacyr Campos, no Aricanduva, na zona leste de São Paulo. A instituição adotou a reforma do Novo Ensino Médio em 2022. Agência Mural foi conferir como foram esses dois anos por quem sentiu na pele as alterações.
Não era fácil passar em uma universidade pública estudando a vida toda em uma escola pública, mas você tinha pelo menos uma base, e até ela foi tirada
Izabelly, estudante da zona leste de São Paulo
Vela na quebrada
“Quando vou para a água, não estou sozinha”, diz Laís Guimarães, 27, velejadora, educadora ambiental e ativista social. Moradora do Jardim Gaivotas, no extremo sul de São Paulo, ela faz parte da Roda de Afeto, Arte e Cultura, iniciativa que busca capacitar mulheres, em sua maioria negras e periféricas, a aprender a velejar. “Ocupar a represa ao lado de outras mulheres negras é um ato revolucionário: estamos acessando uma parada que não foi pensada para nós”, completa.
Sabotage
Mauro Mateus dos Santos no RG, Maurinho para os mais íntimos, e Sabotage para grande parte da sociedade. O Maestro do Canão construiu um legado que atravessa gerações, por meio das vivências nas ruas de São Paulo, a real essência do multiartista. Mas qual o patrimônio cultural deixado pelo rapper, que foi um dos homenageados pela escola de samba Vai-Vai? Parentes e amigos nos contam, em texto emocionante.
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Como é ser uma pessoa não binária na periferia? A pergunta foi respondida por Julio Cesar Ferreira, correspondente da Agência Mural, no Expresso Estadão. O convite para falar sobre o tema veio após a publicação de um vídeo nas redes sociais da Mural com indicações de profissionais da imprensa trans para acompanhar.
A Coar, agência de checagem independente no Nordeste, lançou o “Arriégua! Ói as Fake News: manual de checagem nordestina”, com conteúdo especialmente importante em ano de eleições. O manual está disponível para download gratuito e valoriza a linguagem e a identidade regional do Nordeste. Vale conferir.
Obrigada por chegar até aqui!
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Obrigada a todos e todas.
Edição: Sarah Fernandes
Contato: sarahfernandes@agenciamural.org.br
Saiba mais em: www.agenciamural.org.br
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