Juventudes de Cidade Tiradentes, jornalismo independente e carnaval nas quebradas
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Oi, pessoal!
A quinzena foi bastante movimentada do lado de cá, com produções de fôlego que ajudam a contar a história dos nossos e a fortalecer nosso corre. Quer ver só? Em parceria com o Unicef, publicamos uma série de reportagens sobre as infâncias e juventudes de Cidade Tiradentes, no extremo leste de São Paulo – bem longe dos estereótipos retratados na grande mídia.
Também acompanhamos o problema das enchentes nas quebradas, que se repete ano a ano, e discutimos como a falta de contato das crianças periféricas com a natureza pode impactar no seu desenvolvimento.
Já viu que assunto não falta, né?! Mas antes de irmos pra eles, eu passo a palavra pra minha querida colega da Mural, Fran Carneiro, responsável pela nossa audiência e engajamento. Ela vem pra esse espaço com uma reflexão importante demais sobre o jornalismo periférico, que eu não podia guardar só pra mim.
Bora nessa então?
O que você sabe sobre jornalismo independente?
Você já deve ter ouvido que o jornalismo está morrendo, ou acompanhado alguma cobertura da grande mídia que foi preconceituosa e sensacionalista, ou também utilizado redes sociais para se informar e ainda não reconheceu nenhuma notícia da sua quebrada em jornais tradicionais.
Entre relatórios de tendências e retrospectivas do cenário jornalístico no Brasil, um número se destaca: de acordo com o Atlas da Notícia, em 2023, 39 veículos encerraram suas atividades no Brasil. Em 2021, foram 79.
Os veículos de jornalismo independente nascem como uma forma de representar tudo e todos que não são reconhecidos por grandes grupos de comunicação. Focados em mulheres, população LGBTQIAP+, periferias, pessoas negras, feminismo, direitos humanos e outros públicos e temas que estão à margem do que é considerado comercial, o desafio desses canais é crescer e ser sustentável sem contar com anunciantes ou apoio de grupos políticos.
E o nosso desafio na Agência Mural é justamente esse: representar nossas histórias e nossas quebradas sem cair em estereótipos, fortalecendo os nossos e bancando o nosso corre.
São mais de 5 mil histórias contadas em nossas redes, 500 jovens formados pelo nosso programa de treinamento, 20 pessoas na equipe fixa e aproximadamente 60 correspondentes em 13 anos de história. Mas para que tudo isso cresça e que todos cresçam juntos, nós precisamos da sua colaboração.
Para apresentar para você, leitor da Mural Inbox, a Tijolo por Tijolo, nossa campanha de apoio financeiro, assim como a Lojinha da Mural, vamos contar um pouco mais sobre esse ecossistema bonito do jornalismo independente e periférico. Ao longo de três edições, uma por quinzena, falaremos sobre nossos bastidores, histórias e corres que só conquistamos pela ajuda de pessoas como você.
Enquanto isso, você já pode comprar um dos nossos produtos ou apoiar a gente a partir de R$4,90 - e ficar ainda mais perto e por dentro do nosso rolê!
Bora colar com a gente?
Te vejo em breve,
Franciellen Carneiro
Audiência e Engajamento
apoie@agenciamural.org.br
Infâncias e juventudes de Cidade Tiradentes
Em parceira com a iniciativa #AgendaCidadeUNICEF, a Agência Mural produziu uma série de reportagens que revelam os potenciais de Cidade Tiradentes a partir da vivência de jovens engajados, que transformam a realidade do distrito no extremo leste de SP. A partir da vivência deles, discutimos temas como educação, empreendedorismo, gravidez na adolescência e direitos das crianças.
Transtorno de Déficit de Natureza
Já ouviu falar nesse termo? Ele não diz respeito a um diagnóstico médico, mas a uma expressão usada para chamar atenção para os impactos negativos relacionados ao distanciamento das crianças da natureza e de oportunidades de brincar e aprender ao ar livre, fenômeno crescente, sobretudo nas periferias.
“É na natureza que as crianças experimentam a sua potência de uma forma que a gente não encontra em outras situações. Esse contato também é muito pacificador”
Maria Isabel Amando de Barros, especialista na relação infância e natureza do Instituto Alana
Bora carnavalizar nas quebradas?
A poucos dias da maior festa de rua de São Paulo, a Agência Mural mapeou bloquinhos e desfiles nas periferias da capital paulista. Neste ano, a Prefeitura de São Paulo divulgou a lista que terá 579 blocos espalhados em todas as 32 subprefeituras. Nas quebradas, destaque para Freguesia do Ó/Brasilândia, na zona norte, onde haverá 21 blocos, seguida do M’Boi Mirim, com 19, Santo Amaro 17, ambas na zona sul. Na zona leste, São Miguel Paulista terá mais eventos, com 11 atrações previstas.
Enchentes, ano a ano
Em janeiro, a capital paulista entrou em estado de alerta com dezenas de pontos de alagamento após uma tempestade atingir diversos distritos da cidade. Um deles foi o Jardim Vista Alegre, na Brasilândia, zona norte, onde há anos os moradores convivem com enchentes fortes – e, como resultado, enfrentam medo, perdas materiais e danos à saúde. A população se articula para exigir ações de combate às inundações por parte do poder público.
Visibilidade trans
Em 29 de janeiro é celebrado o Dia Nacional da Visibilidade Trans. Para marcar a data, Julio Cesar, correspondente de Pedreira, zona sul de São Paulo, elencou alguns profissionais da comunicação para conhecer e acompanhar.
Morte e vida de Edu
“Lamentamos informar que o nosso querido Edu faleceu”, dizia um post no Instagram da Adega do Baguinho, um bar conhecido na região do Campo Limpo, na zona sul de São Paulo, ainda no segundo dia de 2024. Edu em questão é Eduardo Monteiro, nascido em 1967, que morreu aos 56 anos, vítima de enfisema pulmonar. Ele era o dono da “Tapioca do Edu”, apreciada pelos frequentadores da pracinha do Arariba, bairro que fica dentro do Campo Limpo.
Aldeia Guarani, exemplo de sustentabilidade
A aldeia Tekoa Kalipety completou dez anos de existência em outubro de 2023, com uma característica diferente de outros territórios indígenas. Localizada a três quilômetro ao sul da Barragem, bairro rural do distrito de Parelheiros, no extremo sul de São Paulo, foi por meio de uma liderança feminina que a região se tornou um importante ponto de recuperação de áreas degradadas.
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A Agência Mural e a Agência Transmídia realizam a jornada formativa “Do Jornalismo Local ao Negócio”, uma trilha de aprendizagem voltada para organizações de comunicação independentes. O objetivo é auxiliar os projetos a se desenvolverem e terem sustentabilidade, beneficiando não suas audiências, mas o ecossistema de jornalismo local. As inscrições vão até 8 de fevereiro.
Quem são as pessoas que escrevem nos três maiores jornais impressos do país? Como isso impacta nas notícias que chegam até nós? Foi essa pergunta que o grupo de estudos Gemaa buscou responder em um estudo que analisou o perfil de quem escreve na Folha de São Paulo, no O Estado de São Paulo e no O Globo. Spoiler: a mídia brasileira continua reproduzindo padrões raciais.
Obrigada por chegar até aqui!
A Agência Mural tem como missão minimizar lacunas de informação e contribuir para a quebra de preconceitos sobre as periferias. Participe da Tijolo por Tijolo e ajude a construir nosso jornalismo.
Obrigada a todos e todas.
Edição: Sarah Fernandes
Contato: sarahfernandes@agenciamural.org.br
Saiba mais em: www.agenciamural.org.br
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