Mural Inbox: 'vencidinhos' em 2022
A newsletter da Agência Mural de Jornalismo das Periferias
Salve, salve! Como vai a força por aí nesta semana em que as águas de março vão fechando o verão, com ministro derrubado por escândalo na educação e tapa na cara do humorista falastrão? Não tá fácil, né?
Tapa mesmo são os preços no mercado que a gente vai tendo de lidar e esse é um dos destaques das reportagens da Agência Mural nos últimos dias, com um tipo de estabelecimento que vem ganhando força nas quebradas.
Também chegamos à marca de dois anos desde a primeira quarentena da Covid-19 e vamos aquecendo os motores da política falando das mulheres negras nos legislativos, do voto dos jovens e de mais um ano do golpe militar de 1964, na nossa editoria Democratize-se!. Se liga:
Os vencidinhos
Com a alta de preços, os mercados chamados “vencidinhos” vêm se fortalecendo em várias periferias da Grande São Paulo. São aquelas lojas que oferecem produtos sempre perto da data de validade.
É o que relatam as repórteres Halitane Rocha e Jessica Bernardo, nesta reportagem da Agência Mural na Folha.
“Hoje, 90% das compras que eu faço são neste tipo de supermercado, porque a economia é muito grande”, diz uma moradora.
Trata-se de mais um efeito dos últimos anos de descontrole de preços e de uma crise que ficou mais escancarada com a pandemia de Covid-19.
Comprar gás, por exemplo, era um problema no ano passado que fez com que algumas favelas tivessem o fogão a lenha, pessoas buscando alternativas para substituir a carne, entre outras situações.
No Grajaú, o Bom Prato da região completou cinco meses fechado, também atrapalhando o fluxo de quem precisa de refeições a preço popular na região. O local está em reformas, mas desde que houve a informação de que ele seria fechado, o atendimento tem sido complicado no bairro, relata Isabela Alves.
E o Metrô
Cleber Arruda conta que na Brasilândia o clima é de preocupação sobre o futuro Metrô. O temor é que, com a cratera na Marginal Tietê, a obra demore mais para ser concluída, depois dos inúmeros atrasos nos últimos anos. A estação da Linha 6-Laranja serviria para desafogar o transporte da região da zona norte da capital.
Grafitando por aí
Na semana do grafite, Jessica Moreira conta a história de Bonga Mac, um artista que grafita kombis e impulsionou a ajuda de famílias durante a pandemia em Caieiras, na Grande São Paulo. Bonga sonha em chegar ao Guinness como aquele que mais fez artes em veículos.
E “A história das mulheres passada a limpo nos muros de Perus” é o nome de um projeto que professores e alunos do Cieja (Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos) produziram na região para mostrar dar visibilidade às alunas que passaram pela escola, traz Ira Romão.
Nas redes
Democratize-se!
Quais são os obstáculos para as mulheres negras entrarem na política? O Próxima Parada ouviu lideranças das periferias da capital e fez um balanço dos últimos anos. Este mês completou quatro anos da morte da vereadora Marielle Franco.
Ter mais mulheres passa também pela participação dos mais jovens. Separamos um material sobre como tirar o título de eleitor para aqueles que ainda não decidiram se votam este ano.
Nesta semana chegaremos a mais um triste aniversário do golpe militar, que levaram a duas décadas de ditadura militar no Brasil. Este webstory traz um pouco de como foi esse período nas periferias.
Para completar, Cleberson Santos conta a história do quadrinista periférico João Pinheiro, que publicou “Depois que o Brasil Acabou”, livro sobre a crise política no Brasil, em reportagem da Agência Mural no Terra.
Rolê na Quebrada
E você já acompanha nosso Rolê na Quebrada. Toda sexta-feira, a Agência Mural publica dicas culturais para curtir nas periferias de São Paulo e da região metropolitana. Pietra Alcântara apresenta as dicas em um vídeo nas redes sociais e também publicamos uma lista no site da Mural.
Confira também:
No Guia da Folha: Casas do norte seguem firme nas periferias de SP com buchada, carne seca e rapadura
No Próxima Parada: A água que vinha do poço, no Próxima Parada
Blog Mural: Siga o dinheiro
Sobre-Viver: Cidades do ABC têm manifestação contra impactos ambientais na região
No Terra: Livro de mulheres periféricas une ancestralidade e bordados
O fotojornalista e correspondente do Jardim São Luís, Léu Britto, participa do Festival Photothings 2022. Ele fala nesta quarta-feira (30), às 19h, ao lado de Thais Alvarenga, nascida e criada na Favela da Vila Kennedy, na cidade do Rio de Janeiro.
A jornalista e educadora popular Aline Rodrigues lançou o projeto do livro “Meio sei lá o quê”. Aline, que também atua no Periferia e Movimento, conta que o livro é uma forma de poder dialogar melhor com as crianças sobre a confusão de sentimentos, situação pela qual os adultos também sofrem. Há uma campanha de financiamento coletivo para viabilizar a publicação. Saiba como doar.
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Edição: Paulo Talarico
Contato: paulo@agenciamural.org.br
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