Por que jovens das periferias entram no mercado de conteúdo adulto na internet?
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Oi pessoal!
A pergunta não é fácil de responder. Exatamente por isso percebemos que desvendar essa história era uma tarefa de jornalista - mais: de jornalista das quebradas, que conhece de perto e tem compromisso com a realidade de quem está no elo mais fraco da corrente e mais vulnerável a violações de direitos.
E aí mergulhamos de cabeça nessa apuração: foram meses em contato com as jovens, com as plataformas que vendem conteúdo adulto e com estudiosos sobre o papel da mulher na sociedade. O tema é muito sensível, por isso o texto foi escrito com o máximo cuidado pelo correspondente Guilherme Silva, de Cidade Dutra, e passou pelo olhar criterioso de duas editoras - mulheres, claro!
O resultado está aí, contando uma parte importante das mudanças de comportamento que as redes trazem para os moradores das periferias. Por isso te convido à leitura.
Mas não só: também acompanhamos a produção de filmes independentes no Capão, mergulhamos na história de vida da artista plástica Ordalina Cândido e testamos seus conhecimentos sobre as urnas eletrônicas.
Assunto não falta, né?! Então, bora nessa?
Do outro lado da tela
Marcela*, 26, tem uma rotina que preza pela organização de suas ocupações profissionais. Em um primeiro momento, responde a chats de sites adultos e posta fotos com teor sensual. Às vezes lança stories para divulgar conteúdos já produzidos. A venda de conteúdo adulto na internet se tornou uma alternativa de renda para ela e outras mulheres das periferias, para conseguir pagar as contas. No entanto, a função é permeada por desafios e complexidades que as deixam vulneráveis a assédio e clientes invasivos.
Não foi em vão
As quedas nos vãos das estações de trem da Grande São Paulo alcançaram a menor marca desde 2010, mas ainda somam quase uma queda por dia. No ano passado, as cinco linhas operadas pela CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e as duas operadas pela empresa ViaMobilidade somaram 301 acidentes, pouco mais de um terço do registrado em 2012, quando foram somadas 1.136 ocorrências em seis linhas. A Agência Mural acompanha os números de quedas nos vãos desde 2017.
Pelos pincéis de Ordalina Cândido
A artista plástica Ordalina Cândido, 78, dedicou toda vida ao trabalho comunitário e artístico em Diadema, no ABC Paulista. Com os pincéis, ela denunciou desigualdades, violências e mostrou as potências da vida nas quebradas do município. Foi reconhecida no meio artístico mas, sobretudo, ajudou os vizinhos a se reconhecerem e serem reconhecidos como sujeitos de direitos.
“Eu queria fazer os meninos da rua gostarem de arte, então comecei a retratar a realidade deles”
Ordalina Cândido
Elas do Capão
O filme “Elas do Capão”, do diretor Carlinhos Periferia, 52, lançado no último 31 de março, vem provocando barulho desde as filmagens. Gravado entre março de 2019 e agosto de 2023, o longa, repleto de cenas de ação e inspirado na vida real de moradores das periferias, retrata a história de mulheres que enfrentam um cotidiano de violência, feminicídio e preconceitos, enquanto lutam para sobreviver.
Sonho TrapStar
Imagine caminhar entre os becos e vielas da cidade dentro de um jogo. Pegar uma moto, cortar de giro e de quebras, escutar uma música e ver um show do Traper Da Lua no metaverso do Fortnite.
Uma parceria brasileira entre a produtora de jogos Salve Games e a produtora musical MBB Diamond permite viver essa experiência em um dos jogos mais populares do mercado, o Fortnite, porém agora com a estética das periferias.
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Teste seus conhecimentos sobre a segurança das urnas eletrônicas
Fotógrafo busca quebrar preconceitos sobre favela em São Bernardo
O diretor de jornalismo da Agência Mural, Vagner de Alencar, foi selecionado para participar do Hubert H. Humphrey Fellowship, programa de intercâmbio profissional nos Estados Unidos, financiado pelo Departamento de Estado dos EUA. Mais de 6.000 candidaturas são realizadas anualmente, das quais são escolhidos 150 profissionais.
É uma alegria imensa representar o Brasil na área de comunicação. Esta é uma oportunidade não apenas de enriquecer minha jornada profissional, mas também para o trabalho da Agência Mural
Vagner Alencar
Já é leitor da Sumaúma? O site jornalístico propõe uma cobertura densa sobre a realidade e os conflitos na Amazônia, com foco para as diferentes populações que nela vivem. Em abril, a Agência Mural foi convidada pela É Nóis a realizar uma imersão com 14 jovens comunicadores da região norte do Brasil, que fazem parte do Programa de Coformação de Jornalistas Floresta Micélio-Sumaúma. Os jovens participaram de bate-papo com profissionais da Mural e acompanharam repórteres em apurações nas quebradas de São Paulo.
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Edição: Sarah Fernandes
Contato: sarahfernandes@agenciamural.org.br
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