Quando a escola é lugar de sonhar, todos nós ganhamos
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Oi, pessoal!
Tem coisa mais potente do que ver a escola se transformar em lugar de sonho, arte, inovação e resistência? Nesta edição da Mural Inbox, a gente te convida a dar o play no Vale Nota Ensino Médio, uma série de podcast em sete episódios que mostra o que acontece quando professores e diretores acreditam, estudantes se envolvem e as periferias assumem o protagonismo dentro da sala de aula.
Tem orquestra nascendo na quebrada e mudando a vida do Yago. Tem jovens da Fundação Casa voltando a sonhar com o futuro. Tem estudantes Guarani que aprendem com a floresta e escrevem o presente com as vozes dos ancestrais. Tem até jornalismo mirim no Grajaú e gramática ensinada no compasso do funk no Jardim Varginha.
Cada uma dessas histórias mostra que, quebrando estereótipos, a educação nas periferias é viva, inovadora e contestadora. Afinal, quando a escola se abre para a comunidade ela se torna muito mais do que um lugar de estudo — vira local de realização e construção de sonhos.
Então prepara o fone, o coração e vem com a gente nessa travessia pelas escolas que estão abrindo caminho para um futuro mais justo e criativo. Dá para ouvir no Spotify, Apple Music, Youtube, Amazon Music ou em sua plataforma de podcast favorita.
Bora nessa?
Uma orquestra na quebrada
Esta é a história do Yago Ryan. Ele tem 15 anos, estuda no primeiro ano do ensino médio e não esconde que teve muitas dificuldades em se adaptar na escola. Parecia tudo meio fora do lugar pra ele.
“Eu era um aluno ruim, aí eu vi um instrumento e comecei a me apaixonar por ele”, diz o jovem, estudante da Escola Estadual Professora Maria Aparecida Ferreira, em Poá, município da região metropolitana de São Paulo.
A direção e os professores conseguiram montar uma orquestra na escola, com direito a camerata de cordas, madeiras, metais e percussão. Mas como isso foi possível? É só dar o play pra descobrir.
Resgatando sonhos na Fundação Casa
Entre paredes com grades, estão cartazes, trabalhos manuais, murais e salas de aula temáticas. Estamos na Fundação Casa de Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, onde adolescentes em conflito com a lei cumprem medidas socioeducativas. Mas também estamos em uma escola, onde jovens estão livres para aprender, imaginar e sonhar.
“Quando eles são assistidos na educação acabam tendo uma nova esperança de quebrar o ciclo que se vinham praticando”
Kelly Cristina Fernandes, professora de disciplinas de exatas e biológicas
Ancestralidade indígena na escola
Você já se perguntou como funcionam as escolas dentro de aldeias indígenas? A Agência Mural foi até a Escola Estadual Djekupe Amba Arandy, no território Guarani do Jaraguá, zona norte de São Paulo, buscar esta resposta.
Spoiler: o tempo de aprendizado, a conexão com a natureza, o corpo docente e as disciplinas diferenciadas fazem com que o ensino seja único em cada aldeia e para cada povo.
Robótica na escola
“Nós temos aqui crianças programando, criando sites e fazendo isso para a sociedade. São garotos com um futuro brilhante pela frente”. É assim, cheio de orgulho, que o professor de sociologia José Augusto fala dos seus alunos, na Escola Estadual Munhoz Filho, no Capão Redondo, zona sul de São Paulo.
Juntos, professor e estudantes desenvolvem projetos de robótica e tecnologia que tem como propósito melhorar a vida das pessoas. Da sala de aula, ou melhor, do laboratório, já saíram robôs, carrinhos controlados por celular, aromatizadores que repelem o mosquito da dengue e até um óculos para ajudar na orientação de pessoas com deficiência visual.
'Repórteres mirins' transformam escola do Grajaú em jornal
Repórter, videomaker, fotojornalista, editor. É possível encontrar com facilidade esses profissionais trabalhando em veículos de comunicação, mas não só. Eles também estão na Escola Estadual Professor Benedito Célio de Siqueira, no Jardim Gaivotas, Grajaú, zona sul da capital paulista. Lá, as salas de aula se transformam em uma agência de comunicação, com direito a rádio, equipamentos fotográficos e investimento na produção de vídeos.
“Eu descobri que podia ser uma pessoa mais confiante e que tinha essa capacidade de conversar e argumentar. Descobri que a escola é legal”
Amanda Gomes, 17, estudante e jornalista mirim
O que é preciso para criar um jornal dentro do colégio? Para saber, é só dar o play!
Para combater o racismo? Livros!
Por um período da vida a escola é quase uma segunda casa. Mas será que todo mundo se sente confortável nela? Os alunos André Felipe e Maria Luiza Oliveira conseguiram fazer da Escola Estadual Oswaldo Aranha de Bandeira Melo, em Cidade Tiradentes, na zona leste de São Paulo, um lugar de vínculo e acolhimento. Como? Lendo autores negros.
Essa foi a proposta do professor de geografia Cleber Ferreira dos Santos. Ele notou que faltava identificação e representatividade dos alunos negros no ambiente escolar. Conceição Evaristo, Machado de Assis, Lélia González, Maria Firmina dos Reis e Carolina Maria de Jesus estão entre os escritores favoritos dos alunos que, lendo e debatendo, aprendem que são eles os personagens principais na história do combate ao racismo.
Português na batida do funk
Quem mora na periferia sabe que o funk, o rap, o trap caíram no gosto das juventudes. De olho na tendência, a equipe da Escola Estadual Juventina Marcondes, no Jardim Varginha, zona sul de São Paulo, teve uma ideia: usar os ritmos para ensinar gramática, fonética e literatura para alunos do ensino fundamental e médio.
Quem está à frente do projeto é o professor de português Anderson de Araújo, ou MN MC, um cantor autodidata que fez da educação uma missão de vida.
“Se eu te explicar a regra, talvez você não decore, mas se você decorar a música vai lembrar da regra”
Anderson de Araújo, professor e MC
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Como as marcas podem se conectar com o Brasil real? Essa é a pergunta que vai guiar o evento “O valor estratégico da mídia regional e local para as marcas”, no dia 13 de maio, na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), em São Paulo, realizado pela Bites em parceria com a Agência Mural.
A programação traz um panorama inédito sobre o alcance e o potencial estratégico da mídia local no Brasil, com mais de 350 milhões de visitas mensais. O evento quer mostrar como esse ecossistema ainda é pouco aproveitado por marcas e empresas nas suas estratégias de comunicação, reputação e negócios.
O evento é gratuito, as vagas são limitadas e a inscrição pode ser feita clicando aqui.
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Edição: Sarah Fernandes
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