Oi pessoal!
Na correria do dia a dia, às vezes é difícil ter a real noção do volume e da qualidade do que produzimos com nosso trabalho. Deu pra ter essa percepção quando lemos nosso Relatório de Atividades de 2023, recém- saído do forno, e puxa (!), que orgulho deu do que construímos nos 365 dias do ano passado.
Completamos 13 anos com a missão de fazer jornalismo local sobre, pelas e para as periferias, amplificando as vozes e realidades que às vezes não têm espaço na imprensa tradicional. Nesse compromisso, foram mais de 400 reportagens publicadas no ano passado, abordando questões fundamentais para as juventudes periféricas, como infraestrutura urbana, justiça climática e iniciativas comunitárias que promovem mudanças positivas em seus territórios.
Mais do que nunca, contamos com nossos correspondentes locais para trazerem suas perspectivas e experiências únicas para o nosso jornalismo. Com eles alcançamos novos públicos e demos continuidade à diversificação de formatos de conteúdo, incluindo histórias em quadrinhos, vídeos e até o lançamos a cartilha “Estratégias para uma vida digital segura”, em parceria com a Artigo 19 Brasil e América do Sul.
Participamos do Pratinho Firmeza, colocamos no mundo nossa lojinha e lançamos dois manuais com os aprendizados do projeto “Papo Reto no Zap” (realizado em 2022), iniciativa de verificação de notícias compartilhadas em grupos de WhatsApp. E, claro, tivemos o reconhecimento de todo esse trabalho, seja na conquista do 10º Prêmio Sebrae de Jornalismo, no impacto na vida real das pessoas, na audiência e no debate público.
E não dá pra deixar de agradecer a você, leitor e leitora, que nos acompanha e nos fortalece diariamente. Você é fundamental em tornar possível a nossa missão de combater estereótipos e garantir o acesso à informação a todos e todas.
Muito obrigada!
E bora pros destaques da quinzena?
Ditadura Nunca Mais
Quando na madrugada de 31 de março para o dia 1º de abril de 1964 foi iniciado o golpe que derrubou o governo João Goulart, o Brasil dava início a um período de 20 anos de ditadura militar. Foram duas décadas da abolição de direitos, da perseguição do Estado brasileiro contra opositores, com prisões e tortura, e o fim dos direitos políticos. Mas como foi esse momento nas periferias? A Agência Mural traz uma parte dessa história mostrando que o regime esteve em diversas periferias de São Paulo e na Grande São Paulo.
Páscoa nas quebradas
Uma das festas mais importantes do calendário cristão teve lugar garantido - e muito celebrado - nas periferias. As confeiteiras da ponte pra cá soltaram a criatividade e apostaram em ovos “diferentes” e cheios de personalidade. Algumas delas, inclusive, já são referência nas quebradas, como as criadoras do Jardim das Delícias. Mas não pense que o trabalho são só flores - ou doces: as variações no clima trouxeram novos desafios para as doceiras artesanais das quebradas.
Como é ser alérgico a alimentos nas periferias?
Nas prateleiras do mercado há uma variedade de produtos para todos os gostos e paladares. Ou nem todos: quem tem intolerâncias alimentares e não tem dinheiro para arcar com os altos custos das dietas específicas acaba tendo uma vida de restrições. E na maioria das vezes essas pessoas são moradoras das periferias. Para elas resta uma dieta limitada, na qual acabam sendo obrigadas a excluir grupos de alimentos fundamentais à saúde, sem possibilidade de substituí-los com qualidade.
População em São Paulo por distrito
A Vila Andrade, distrito que concentra a favela de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, ganhou 41 mil moradores em 12 anos – uma média de nove habitantes novos por dia. A Brasilândia viveu quase o oposto. Por dia, cinco pessoas deixaram o distrito da zona norte da capital, que é o segundo com mais favelas no município.
As duas regiões exemplificam a mobilidade dos habitantes da cidade em 12 anos, de acordo com o Censo 2022 realizado pelo IBGE. Em março, a entidade publicou pela primeira vez os dados sobre os distritos das cidades.
Produtora musical para as perifas
Em 1997, Fábio Santos, 42, vulgo FaqSalva, cantava para uma multidão na Praça dos Eventos em Poá, município da Grande São Paulo. Uma ascensão rápida que começou quando ele tinha 15 anos, rimando para os amigos no bairro Cidade Kemel, e durou pouco, até a sua prisão, anos depois. Hoje, o rapper de Poá retomou a carreira musical e quer impulsionar jovens da região, oferecendo toda a estrutura que faltou quando iniciou no rap.
Tirei cinco anos de cana, passei em sete presídios, e hoje eu tenho 16 anos aqui na rua. Quando eu saí, queria me socializar, não queria mais saber de crime não!
Fábio Santos
Quais personalidades negras ganharão estátuas?
Cinco pessoas pretas que marcaram o país serão homenageadas com estátuas na capital paulista. Mas quem são elas e qual a contribuição para o país?
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Deu bom! 🏅 Em março, a Agência Mural recebeu o "Prêmio MOL de Jornalismo para a Solidariedade" com a reportagem "Do outro lado da linha: Jovens periféricas relatam como é ser voluntária no Centro de Valorização da Vida", que venceu em 3º lugar na categoria texto. A reportagem contou ainda com as ilustrações de Magno Borges e Matheus Pigozzi. Comemoramos também o primeiro lugar para Wesley Galzo, ex-correspondente da Mural e atual repórter do Estadão.
Como a desigualdade social afeta nossas vidas? E como o poder das grandes empresas pode acentuá-la? Esse é o tema discutido no novo relatório da Oxfam, Desigualdade S.A., que aborda como a imensa concentração de poder das grandes empresas está exacerbando a desigualdade em toda a economia. Para se ter uma ideia, sete de cada dez das maiores empresas do mundo têm bilionários como CEOs ou principais acionistas. Ao pressionar trabalhadores, não pagar encargos trabalhistas e contribuir para o aquecimento global, essas empresas estão impulsionando a desigualdade.
Obrigada por chegar até aqui!
A Agência Mural tem como missão minimizar lacunas de informação e contribuir para a quebra de preconceitos sobre as periferias. Participe da Tijolo por Tijolo e ajude a construir nosso jornalismo.
Obrigada a todos e todas.
Edição: Sarah Fernandes
Contato: sarahfernandes@agenciamural.org.br
Saiba mais em: www.agenciamural.org.br
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